9 de agosto de 2012

Por que o Windows 8 pode ser um fiasco para jogos?


Falta pouco tempo para a chegada do Windows 8, o mais novo sistema operacional da Microsoft que promete unir PCs e tablets sobre no mesmo ambiente. Apesar de toda a comunidade de entusiastas da tecnologia estar aguardando ansiosa pela novidade, algumas personalidades importantes do mundo dos games parecem desacreditar o futuro do novo OS.


As dúvidas sobre o sucesso do Windows 8 no mundo dos jogos começaram a pairar depois da declaração do CEO da Valve, Gabe Newell, afirmando que  “o Windows vai ser uma catástrofe para o mercado”. Que motivos teria o pai do Half-Life e da maior loja de jogos online no mundo, a Steam, para desacreditar tanto na próxima versão do Sistema Operativo da Microsoft?
 
Uma plataforma para todos 

Há décadas que o Windows tem sido a plataforma preferida dos desenvolvedores de jogos para computadores pessoais, principalmente por causa da popularização do pacote de APIs do DirectX. Além de apoiar os programadores de jogos com boas ferramentas de criação, o sistema operacional da Microsoft também permitia que qualquer programa compatível pudesse rodar sem nenhum tipo de restrição.


Em outras palavras, qualquer software criado para a plataforma Windows pode ser distribuído sem nenhuma limitação imposta pelo sistema operacional. Essa relação de liberdade por parte do Sistema Operativo rendeu muitos frutos para a gigante de Redmond, considerando que uma boa parcela dos usuários adquiriram um PC com Windows principalmente para poder rodar os seus jogos favoritos. Entretanto, isso pode mudar com a vinda da oitava versão do sistema operacional.
 
Windows Store e licenciamento de softwares 

Entre as diversas novas funcionalidades confirmadas para o Windows 8 está uma loja de aplicativos. Esta sessão com prateleiras virtuais deverá ser algo parecido com a famosa App Store da Apple ou com o Google Play, o portal de aplicativos dos sistemas Android.

Assim como acontece com o Mac, é bem provável que esta loja virtual — chamada de Windows Store — permita que a Microsoft tenha uma participação direta sobre venda dos aplicativos disponibilizados para o Windows.


Apesar de a empresa fundada por Bill Gates ainda não ter detalhado como a loja vai funcionar, muitos temem que a plataforma não seja apenas uma forma de facilitar o acesso a aplicativos de pequenos desenvolvedores, mas também de garantir que apenas os programas adquiridos através da Windows Store possam rodar.

Naturalmente, isso representaria uma verdadeira catástrofe para a loja de jogos da Valve, considerando que os consumidores teriam de adquirir os seus jogos apenas através da Windows Store em vez da Steam ou, na pior das hipóteses, nas duas ao mesmo tempo. O mesmo valeria para outras plataformas de peso, como a loja da Blizzard ou da EA Games.



Para contornar este “problema”, o criador do Half-Life disse até que está a trabalhar em meios de deixar os jogos da Steam perfeitamente compatíveis com o Linux, o sistema operacional de código aberto. No entanto, não há confirmações oficiais sobre um projeto dessa natureza por parte da Valve.

Autenticação de hardware 

Diferente do Mac ou dos smartphones, o Windows não foi projetado para rodar apenas em máquinas “fechadinhas” vendidas pela própria Microsoft, mas sim em qualquer microcomputador montado com qualquer hardware compatível com a arquitetura IBM PC e com o Sistema Operativo. Esse é um dos principais motivos do sucesso do sistema operacional.

Por outro lado, o grande número de fabricantes compondo o mesmo gabinete também é um dos motivos que podem desestabilizar o sistema, devido às falhas de cumprimento das normas de padronização. Preocupada em amenizar este problema, a Microsoft projetou o Windows 8 para ser totalmente compatível com a nova arquitetura UEFI, que deve substituir a BIOS.


Além de ser uma solução mais sofisticada para a inicialização do sistema, a UEFI também pode atuar como um autenticador de hardware, impedindo o Windows de rodar em sistemas que não foram licenciados pela Microsoft.

Para os gamers, isso pode significar uma grande perda na diversidade de hardware disponível, considerando que muitos fabricantes abandonariam a plataforma porque não querem arcar com os custos de um licenciamento, empobrecendo a oferta de máquinas destinadas aos jogos.

Novamente, a Microsoft ainda não divulgou informações específicas sobre como a autenticação de hardware vai funcionar, e boa parte das afirmações sobre o assunto são apenas especulações.

Será mesmo tão mau assim? 

Apesar das queixas dos gurus da indústria, é possível que, em um primeiro momento, as desvantagens das restrições impostas pelo novo Windows sejam sentidas mais pelos distribuidores de jogos do que pelos desenvolvedores em si. Afinal, se o preço e a qualidade do serviço forem iguais, para o desenvolvedor há poucas diferenças entre a distribuição via Steam ou Windows Store.


Além disso, o lançamento de uma nova versão do Windows não implica que todos os computadores vão precisar de fazer o upgrade, basta considerar que muitas pessoas ainda usam o Windows XP até hoje. Exceto pela falta de suporte para novas tecnologias, a princípio, nada impediria os usuários e até os desenvolvedores de continuarem a usar o Windows 7 caso a nova versão não agrade.

Sejam todos esses rumores verdades ou não, só saberemos ao certo o quanto o Windows 8 pode ser bom ou mau para a indústria dos jogos depois do dia 26 de outubro, quando o Sistema Operativo for oficialmente lançado. 

Artigo retirado do BJ e rescrito em português de Portugal.

0 comentários: