12 de julho de 2012

Análise a The Amazing Spider-Man


Há 10 anos, estreava nos cinemas "Homem-Aranha", primeira adaptação cinematográfica do personagem de mesmo nome. O filme fez um sucesso estrondoso, tendo ainda duas sequências lançadas em 2004 e 2007.

Só que o tempo passa e chegou a hora de uma nova geração ser apresentada ao Homem-Aranha. "O Espetacular Homem-Aranha" é o nome do novo filme que reconta, de maneira mais claro e direta, a origem do Aranha, seu primeiro amor e o confronto com o seu primeiro inimigo, o Lagarto.

Como era de se esperar, o filme, assim como as adaptações anteriores, ganhou um jogo para a Xbox 360, PlayStation 3, Wii, 3DS e PC. The Amazing Spider-Man apresenta funções conhecidas dos fãs de jogos do Homem-Aranha, assim como algumas novidades.

Agora, chegou a hora de saber se a nova aventura do aracnídeo mais famoso do mundo é digna dos 50 anos do personagem ou se ela é só mais um jogo baseado em um filme.

Aprovado
   
Manhattan é o seu parque de diversões

Um elemento que estava sumido nas últimas aventuras do Homem-Aranha nos video jogos está de volta na forma do mundo aberto, ou Free Roam. Agora temos total liberdade para nos balançar-mos pelas teias entre arranha-céus da ilha de Manhattan. Fãs do personagem devem gastar algumas horas só a passear pela cidade e a resolver pequenos crimes que acontecem pelo cenário.


Pontos turísticos, como Times Square, Central Park e Empire State Building, estão lá para serem visitados. Apesar de não ser possível entrar em todos os prédios, a experiência de “se tornar o Homem-Aranha”, mostrando todo a sua habilidade e seus poderes em saltos vertiginosos por Nova York, deve divertir até aqueles jogadores mais exigentes.
 
Nada de adaptação. O jogo é uma continuação do filme

Talvez um dos grandes problemas de adaptação de filmes para os jogos é o fato de a sua história ser presa ao material original, o que impede que os seus desenvolvedores possam criar algo único.

Em The Amazing Spider-Man, a Beenox ousou ao criar uma continuação direta do filme. O jogo começa alguns meses após o final do longa-metragem, criando uma verdadeira ponte entre ele e a sua vindoura continuação, anunciada para chegar aos cinemas em 2014.


Após o ataque do Lagarto à cidade de Nova York, a Oscorp tenta se reinventar para limpar o seu nome perante a população. Só que experiências relacionadas aos projetos do Dr. Curt Connors continuaram sendo desenvolvidas, e o que antes era um soro utilizado por uma pessoa, agora, se tornou um vírus que acabou por chegar às ruas.

Tudo muito interessante e que deve agradar aos fãs do personagem e do filme, que estreou recentemente, ainda que em algumas situações, existam alguns momentos um pouco forçados.

Vilões conhecidos, novas origens

Como um jogo de super-herói não sobrevive apenas de passear pelo cenário e derrotar os inimigos, The Amazing Spider-Man tem a participação de alguns vilões clássicos dos quadrinhos. Estão presentes versões de Rhino, Vermin e Escorpião, todos dentro do contexto apresentado pelo reboot da franquia no cinema.


Quem é fã do Homem-Aranha e tem certa atenção a detalhes notará algumas menções especiais a alguns personagens que se tornam vilões. Dica: fique de olho nas biografias dos bandidos que encontrar e conversas dentro da Oscorp. Existem pelo menos dois comentários que farão fãs se empolgarem muito e torcerem para que a sequência do filme carregue elementos do jogo na história.

Faça tudo o que uma aranha pode fazer

Um dos pontos que, assim que foram mostrados em vídeos de gameplay, chamou muito a atenção foi o sistema de combate do jogo. Em vez de golpes grosseiros, perdidos e que não chegam perto dos inimigos, agora cada ataque encontra o alvo como se fosse uma tijolada bem dada.

Parecido com o sistema de combate de jogos como Batman: Arkham Asylum/Batman: Arkham City, The Amazing Spider-Man mostra um Homem-Aranha ágil, forte e acrobático. Além dos botões de ataque e esquiva, podemos utilizar a nova função Web Rush para acabar com os oponentes.


Essa nova função apresenta uma maneira diferente de se comportar no meio de uma pancadaria contra capangas ou enquanto se passeia pelo cenário. Ativando o Web Rush, o jogo entra numa espécie de “bullet time”, em que são apresentadas várias possibilidades de sair de ponto A e chegar no ponto B.

Como estamos a falar do Homem-Aranha, tudo é acrobático e incrível, o que deve encher os olhos até dos fãs mais incrédulos.

Os gráficos do jogo não são os melhores da geração atual, mas alguns detalhes, como a perfeição da roupa do Aranha, mostram que a Beenox teve uma atenção especial na caracterização do personagem. 

Reprovado

Dificuldade 8 ou 80

A primeira coisa a se fazer quando The Amazing Spider-Man começa é escolher a dificuldade que será aplicada ao jogo. Existem três níveis: Human, Hero e Superhero. Sinceramente, poderiam existir apenas os modos “Fácil” (Human e Hero) e “Tas lixado, vais morrer rápido” (para o Superhero).


Enquanto nos modos Human e Hero tudo é muito simples, sendo tranquilo passar por um grupo relativamente grande de oponentes sem tomar um soco, no Superhero eles atacam-te com toda a vontade do mundo e, em pouco mais de três socos, estas largado no chão.

Sim, estamos a falar do modo mais difícil e ele deve ser assim, mas o problema é que não existe uma curva clara de evolução de dificuldade. Se acabarmos o jogo nos modos mais fáceis, passaremos por tudo sem fazer muito esforço. Passa para o modo mais difícil e começas a morrer em momentos que antes estavas a  “dar show”.

Onde anda a Emma Stone?

É normal quando um filme é adaptado para os jogos que membros do elenco emprestem a sua aparência e voz aos personagens que interpretaram. Isso aconteceu com os jogos baseados na trilogia anterior do Homem-Aranha, mas não se repetiu com The Amazing Spider-Man.


Além de feições que lembram muito vagamente os atores que trabalharam na longa-metragem, todas as vozes foram feitas por dobradores profissionais. Tanto a dobragem como os modelos de personagens estão bem-feitos, mas é algo que tira um pouco o brilho de “continuação” do filme.

Que câmara irritante...

The Amazing Spider-Man divide-se em duas partes: liberdade em Manhattan e missões em locais fechados. Enquanto comandas a câmera com facilidade em locais abertos, pendurando-te pelos prédios, é só ficar em um ambiente fechado para ver como ela pode ser irritante.


A câmara tem a mania de se fixar — durante alguns momentos — em ângulos que só atrapalham, como no canto de uma parede. Quando isso acontece no meio de uma luta, é quase certeza que "vais apanhar no focinho".

Quando resolves escalar uma parede e andar pelo teto, a câmara e como movimentá-la se modificam completamente, fazendo com que tenhas que gastar alguns segundos para poder-te adaptar a ela, quando, na verdade, ela é que deveria se adaptar a ti.

Vale a pena?

Comparado com outros jogos do Homem-Aranha da geração atual, The Amazing Spider-Man é um grande jogo. Ainda está longe de ser considerado o jogo perfeito do personagem, como foi a impressão que jogadores tiveram com o Batman e o lançamento de Batman: Arkham Asylum.

O título consegue se destacar dentro de uma legião de adaptações de filmes, divertindo e sendo fiel ao personagem. Mesmo assim, ainda fica a sensação de que se a Beenox tivesse um pouco mais de tempo para desenvolver um jogo original do Homem-Aranha em moldes parecidos, teríamos em mãos o título definitivo da aranha mais humana de todas.

Análise retirada do BJ

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